Técnicas de Preparo

Para a preparação das peças, utilizou-se um cadáver da espécie desejada, os mesmos vieram a óbito de causas naturais e foram doados ao Museu de Anatomia do IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho. É importante ressaltar que NENHUM animal foi morto ou eutanasiado para a confecção das peças anatômicas, todos as peças apresentadas aqui são provenientes de animais que morreram de causas naturais e posteriormente foram doados ao museu.


MACERAÇÃO

A Técnica Maceração é aplicada na preparação de ossos para fins didáticos ou de investigação. A técnica de maceração tradicional consiste na remoção mecânica de todos os tecidos que circundam os ossos do cadáver, e imersão dos ossos e debris teciduais em recipiente com água para ser decomposto por bactérias. O tempo de maceração depende do tamanho do animal, podendo durar meses. Ao término da maceração, os ossos são colocados para secar. A maceração pode ser acelerada realizando a perfuração dos ossos para extração da medula óssea, fervura com água e produtos químicos, clareamento com peróxido de hidrogênio e secagem ao sol.


MONTAGEM DOS ESQUELETOS


Para a montagem dos esqueletos, os ossos foram organizados de acordo com suas devidas localizações anatômicas, separando os membros torácicos dos pélvicos em seus respectivos antímeros, bem como os segmentos vertebrais: cervical, torácico (com suas costelas adjacentes), lombar, sacral e coccígeos. 

Ossos de coelho organizados para a montagem

Para montagem e fixação, cada osso foi marcado com um lápis na região central de ambas as superfícies articulares. Com auxílio de uma furadeira foi criado um furo de modo a atravessar os ossos até a sua superfície caudal. Em seguida, um arame galvanizado foi passado pelos orifícios confeccionados, unindo os ossos na posição desejada. A quantidade de furos e comprimento dos arames foi ajustada de acordo com a necessidade de fixação de cada osso, visto que estes apresentam diferentes formas e tamanhos.
Após a união dos segmentos vertebrais, uma barra de ferro foi guiada através dos forames de cada vértebra. A barra ultrapassou a primeira vértebra cervical, possibilitando a fixação da cabeça e o formato anatômico da coluna, especialmente na junção tóraco-cervical. A cabeça foi fixada com dois arames desde os côndilos do occipital à superfície articular do atlas. Devido ao maior peso da cabeça pode ser necessária a fixação de uma barra de ferro da superfície ventral da mandíbula à face ventral da quarta vértebra cervical. Após a montagem, o esqueleto pode ser posicionado sobre uma base de madeira, de maneira a simular a posição do animal in vivo.


TAXIDERMIA

Coelho taxidermizado

A Técnica de Taxidermia é aplicada à preservação da forma da pele, planos e tamanho dos animais. A técnica consiste na remoção da pele do cadáver animal e tratamento com produtos químicos para manter a sua maleabilidade. Para criar a forma, posição e tamanho original do animal é utilizado manequim composto por diferentes materiais.








FORMOLIZAÇÃO


Encéfalo formolizado

A Técnica de Formolização é aplicada à conservação de parte ou de todo o corpo do animal após o óbito. A técnica consiste na aplicação de formaldeído por infusão em grandes vasos sanguíneos para que ocorra a difusão por todo corpo do cadáver. Logo após, parte do animal ou o corpo inteiro é imerso em um recipiente com formaldeído, onde permanecerá até a sua utilização.






GLICERINAÇÃO


Coração bovino conservado 
através de glicerinação

A Técnica de Glicerinação é aplicada à conservação de parte ou de todo o corpo do animal após o óbito, com a vantagem de preservar a textura do tecido e aumentar a resistência à tração sem alterar o grau de elasticidade. A técnica consiste na aplicação de vários tipos de conservantes e em diferentes momentos que podem chegar até três meses, tais como o formaldeído, o peróxido de hidrogênio e o álcool absoluto. Após esse período, o animal ou parte dele é mantido imerso durante dois meses em glicerina. Então, poderá ser retirado do recipiente com glicerina e escoado para ser utilizado.








CRIODESIDRATAÇÃO


Estomago equino conservado através 
de criodesidratação

A Técnica de Criodesidratação é aplicada à conservação de peças anatômicas utilizando o congelamento e descongelamento repetitivo. Ao término do processo a peça poderá ser mantida em ambiente sem necessidade de conservantes. A técnica consiste em realizar uma dissecação fina da peça anatômica, imersão em formaldeído por alguns dias e escoamento. Após isso, a peça será congelada a -17ºC e descongelada em temperatura ambiente, repetindo o processo até que perca 70% do peso original.






INJEÇÃO DE LÁTEX


Coração canino com injeção de látex azul nas
veias e látex vermelho nas artérias

A Técnica de Injeção de Látex é aplicada ao preenchimento de vasos sanguíneos e linfáticos com látex colorido, para facilitar a identificação das ramificações e o trajeto do sistema circulatório no corpo do animal durante o estudo da anatomia. A técnica consiste na dissecação do tecido para identificar os vasos calibrosos e injeção do látex com cores que identificarão as diferentes estruturas. Para solidificação do látex aguarda-se 24 horas e após, inicia-se a dissecação para exposição do trajeto e ramificação dos vasos sanguíneos.





INJEÇÃO DE VINILITE SEGUIDO POR CORROSÃO


Vasos sanguíneos de um rim canino após técnica
de injeção de vinilite seguida por corrosão

A Técnica de Injeção de Vinilite seguido de Corrosão é aplicada ao preenchimento de vasos sanguíneos para estudo das ramificações sem a presença de tecidos ao redor. A técnica consiste em injetar com acetato de vinila os vasos sanguíneos que serão objeto de estudos, aguardar por 24 horas a solidificação, e após esse período o órgão será imerso em ácido clorídrico para corrosão dos tecidos orgânicos, expondo o seu trajeto e ramificações.